Arquivo mensal: novembro 2009

Técnicas de pesagem e medição de substâncias alimentares.

Quando buscamos que uma preparação culinária possa ser efetuada com sucesso, devemos dar importância a fatores como tipo de utensílio, temperatura e tempo de preparo, mas também a qualidade e quantidade dos ingredientes (PHILIPPI, 2003).

Para obter medidas mais exatas é necessário instrumentos com capacidades padronizadas, pois dessa forma garante-se a reprodutibilidade da receita e auxilia o controle de qualidade, quantidade e custo. Entre estes instrumentos podemos citar: balanças, provetas, recipientes graduados, entre os de medidas caseiras são xícaras, colheres, copos, pires (PHILIPPI, 2003).

Pesagem e medição de alimentos secos:

Os alimentos secos não devem ser pressionados quando forem ser medidos, se estiverem encaroçados é recomendável que se desmanchem os grumos. Auxiliado por uma colher o alimento deve ser colocado no utensílio de medida sem ser comprimido, também se deve nivelá-lo com o auxílio de uma espátula ou com o lado cego da faca (PHILIPPI, 2003).

Pesagem e medição de alimentos líquidos:

O recipiente deve ser preenchido aos poucos, com o auxílio de um funil, até atingir a quantidade indicada pela receita. A leitura do recipiente deve ser feita em superfície plana, com os olhos no nível do menisco (PHILIPPI, 2003).

Pesagem e medição de alimentos pastosos ou gordurosos:

Devem ser pesados em temperatura ambiente e colocados em um recipiente padronizado com o auxílio de uma colher, pressionando-o para evitar formação de bolha de ar e nivela-se com uma espátula ou lado cego da faca (PHILIPPI, 2003).

Carnes bovinas e suínas

Todos os cortes de carne podem render excelentes e saborosos pratos se preparados corretamente. A forma de preparo mais adequada para cada corte de carne dependerá dos seguintes fatores:

· 1. a maciez natural do corte: a maciez depende do corte em si (ou seja, de sua

localização na carcaça), da quantidade de tecido conjuntivo, da idade do animal e da forma de processamento da carne (a carne maturada geralmente é mais macia);

· 2. a quantidade e o tipo de tecido conjuntivo: cortes com maior teor de tecido

conjuntivo são mais rijos, portanto devem ser preparados com métodos de calor úmido, que solubilizam esse tecido e amaciam a carne;

· 3.a marmorização ou marmoreio: é a quantidade de gordura entremeada nas fibras da carne. Cortes magros cozinham mais rapidamente que cortes com maior teor de gordura entremeada. Se cozidos por longo tempo, cortes magros perdem o suco, passam do ponto e ficam mais duros;

· 4. o tamanho do corte .

Basicamente, existem dois modos de cozimento de carne: por calor seco e por calor úmido. Os métodos por calor seco não usam água, porém podem empregar óleo ou gordura em pequenas quantidades. Cortes mais macios e com menos tecido conjuntivo devem ser preparados de preferência em calor seco (na grelha, no forno ou fritos em pouco óleo). Formas de preparo por calor úmido (que empregam água ou óleos) realçam o sabor das carnes. Cortes menos macios, que têm maior teor de tecido conjuntivo (particularmente cortes do dianteiro), devem ser preparados em calor úmido (cozidos, em panela de pressão ou fritos imersos em óleos ou gorduras) até que as fibras se amaciem.

A temperatura de cozimento é um dos aspectos mais importantes da preparação da carne. Pesquisas científicas mostram que, quanto maior a temperatura de cozimento, maiores são as perdas por desidratação, o que deixa a carne menos suculenta e menos macia. Portanto as temperaturas de baixa a moderada são as mais adequadas para o cozimento da carne (entre 140ºC e 170ºC). Porém, para assar cortes magros, a temperatura deve ser mais alta (200ºC).

Fritar é um método de preparo por calor úmido. Significa cozinhar a carne em óleo ou gordura quente, geralmente em uma frigideira.

Prefira frigideiras de fundo grosso, de alumínio ou de ferro fundido. Evite virar muito a carne na panela e, se usar um garfo para virar os bifes, procure espetar apenas o cantinho para evitar que a carne perca o suco.

Podem-se fritar cortes como bifes finos, hambúrguer de carne moída ou bifes de filé mignon, de coxão mole, de patinho, de fraldinha e de contra-filé.

Alguns conceitos em Toxicologia de Alimentos

1 – Diferencie efeitos tóxicos crônicos de efeitos tóxicos agudos.

Efeitos tóxicos agudos estão sempre associados a altas concentrações (mg/g ou g/L) e frequência de ingestão unitária (exposição única). Manifestam-se rapidamente, sendo quase sempre severos e letais.

Efeitos crônicos caracterizam-se por serem produzidos por baixas concentrações (que isoladamente podem ser consideradas de não-efeito) e alta freqüência (exposições prolongadas ou a longo prazo). São reversíveis, isto é, via de regra desaparecem ou diminuem de intensidade, cessada a exposição.

 

2 – O que é efeito tóxico crônico retardado?

Admitem para sua manifestação o chamado período de latência, cuja duração dependerá do reinício da exposição e da frequência com que o organismo estiver se expondo.

 

3 – O que são efeitos tóxicos adversos?

Genericamente, todas substâncias químicas produzem efeitos múltiplos no organismo como um todo, mesmo que possam produzir reações bem específicas de origem bioquímica ou molecular. Quando não esperados e nocivos podem ser chamados de efeitos tóxicos adversos. São muito difíceis de serem caracterizados durante uma intoxicação por agentes tóxicos presentes em alimentos por depender, fundamentalmente, da suscetibilidade do organismo exposto.

 

4 – Conceitue toxidade de uma substância.

Toxicidade de uma substância é conceituada como a medida relativa do risco que ela apresenta de produzir um efeito tóxico no sistema biológico exposto,

 

5 – De que maneiras a população humana se expõe a agentes tóxicos?

A população humana se expõe a agentes da terapêutica, produtos de uso doméstico, substâncias presentes em seu ambiente de trabalho, em circunstâncias variadas que podem se incorporar ao seu ambiente (água, ar, solo) e principalmente através de alimentos contaminados de maneira intencional.

 

6- A avaliação da toxicidade de um AT presente em um alimento está relacionada com as características e condições da exposição. Quais são eles?

– Natureza e concentração do agente tóxico presente no alimento;

– Frequência com que o alimento é ingerido pela população;

– Tempo com que o alimento vem sendo ingerido;

– Via de introdução no organismo;

– Suscetibilidade do organismo.

 

7 – Quais os fatores que predominam numa população onde existe a exposição crônica a AT em alimentos?

– A qualidade dos alimentos deixam a desejar;

– As dietas sejam consideradas monótonas em virtude da ausência de variedades ou simplesmente escassez de alimentos;

– Os hábitos alimentares são errôneos ou culturalmente incorretos;

– Tabus alimentares são bastante comuns em sua totalidade ou mesmo em pequenos seguimentos subdesenvolvidos.

 

8 – Conceitue absorção do ponto de vista da toxicologia de alimentos.

Entende-se por absorção o transporte do AT, através de membranas, do meio exterior (trato gastrointestinal) para o meio interno (corrente circulatória).

 

9 – Como se dá a indução das transformações estruturais do toxicante por componentes das células intestinais?

A indução de transformações estruturais de toxicante por componente das células intestinais tem sido demonstrada tanto pra nutrientes (metabolismo) como para não-nutrientes (biotransformação).

A substância tóxica presente no alimento estará dissolvida na fração gordurosa ou ligada à parte protéica ou eventualmente a dos carboidratos constituintes dos alimentos. Deverá, portanto, se dissolver nos sucos gástricos que favorecem a digestão a fim de que possam ser absorvidos com maior ou menor velocidade.

 

10 – Comente sobre os mecanismos de transporte especializados apresentados pelo trato gastrointestinal de mamíferos. Como se dá o transporte de chumbo par dentro da célula?

O trato gastrointestinal dos mamíferos apresenta mecanismos de transporte especializados (difusão facilitada, transporte ativo) caracteristicamente realizados contra um gradiente de concentração e com gasto de energia para a absorção de nutrientes e eletrólitos. Ex: chumbo, um freqüente contaminante de alimentos, tanto de origem vegetal como animal, pode ser transformado para dentro da célula pelo sistema que transporta cálcio (difusão facilitada).

Outro tipo de transporte também existente é a pinocitose que desempenha papel importante na absorção de corantes, vitaminas, etc.

 

11 – Conceitue toxicocinética ou deslocamento. Quais os fatores envolvidos no processo?

É uma continuação da passagem da substância através das membranas constituintes dos diversos tecidos do organismo. Fatores envolvidos:

– Habilidade do agente químico em atravessar essas barreiras;

– Afinidade que o toxicante tenha pelos diferentes tecidos;

– Vascularização desses tecidos.

 

12 – Comente sobre a capacidade sequestrante de AT pelas proteínas plasmáticas.

As proteínas plasmáticas podem sequestrar constituintes, tanto exógenos como endógenos, presentes no organismo.

O seqüestro do AT pela proteína constitui um verdadeiro “armazenamento” deste último, uma vez que ele não consegue agir no organismo e nem ser removido do mesmo. Todavia, esse complexo pode sofrer processos de transporte ativo para o fígado e rins.

A capacidade sequestrante da proteína é limitada, ou seja, uma vez saturados seus sítios complexantes, haverá um aumento da toxicidade do composto pelo desequilíbrio entre o complexo e a forma livre do AT.

 

13 – Conceitue barreira hematencefálica. Comente sobre a passagem de substâncias lipossolúveis para o cérebro.

Barreira hematencefálica é uma barreira existente entre o sangue e o cérebro, ou seja, é um conjunto complexo de defesa do cérebro que o protege de possíveis tóxicos, é um local menos permeável do que a maioria de outras áreas do corpo. Mas não é uma barreira absoluta para passagem de AT para o SNC, não estando completamente desenvolvida após o nascimento.

Substâncias lipossolúveis (com elevação de partição óleo/água) podem atingir o cérebro com relativa facilidade, através da simples difusão, numa velocidade que é função direta desse coeficiente.

14 – Comente sobre os mecanismos de remoção de compostos tóxicos pelo organismo.

Os agentes tóxicos podem ser removidos do organismo por dois mecanismos: por excreção (fezes, urina) e por secreção (biliar, láctica, sudorípara, salivar e lacrimal).

 

15 – Conceitue biotransformação. Explique os mecanismos empregados para a biotransformação de AT pelo organismo humano. Cite alguns sistemas envolvidos no processo.

Pode-se conceituar Biotransformação como sendo o conjunto de alterações maiores ou menores que um agente químico sofre no organismo, visando aumentar sua polaridade e facilitar sua excreção, ou seja, é o processo que um xenobiótico é transformado em um metabólito mais hidrosolúvel para facilitar sua excreção do organismo.

A biotransformação pode ocorrer através de dois mecanismos:

ü      o chamado Mecanismo de Ativação da Biotransformação, que produz metabólitos com atividade igual ou maior do que o precursor. Ex.: a piridina é biotransformada ao íon N-metil piridínico que tem toxicidade cinco vezes maior que o precursor. O mesmo ocorre com o inseticida parathion que é biotransformado a paraoxon, composto responsável pela ação tóxica do praguicida e

ü      o Mecanismo de Desativação, quando o produto resultante é menos ativo (tóxico) que o precursor. É o mais comum de ocorrer para os xenobióticos.

Reações de biotransformação ocorrem às custas de sistemas enzimáticos encontrados em diferentes células de tecidos e órgãos. Todavia, o fígado é o órgão no qual a maioria das biotransformações metabólicas e biológicas ocorrem, não só do ponto de vista da sua posição no aparelho digestivo, do suprimento sanguíneo que recebe, da existência e número de enzimas presentes nos hepatócitos, como também da quantidade das substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos) que estão sempre presentes nesse órgão.

Sistemas enzimáticos hepáticos e extra-hepáticos (renal, intestinal, plasmático, etc.) são responsáveis pelas reações químicas de oxidação, redução, hidrólise e conjugação, normalmente envolvidas na biotransformação.

16 – Diferencie destoxificação de biotoxificação.

Destoxificação é quando os produtos de biotransformação produzidos na fase I são menos tóxico que o precursor.

Biotoxificação é quando os produtos de biotransformação produzidos na fase I são mais tóxico que o precursor.

17 – Quais as substâncias necessárias para que ocorra o processo de conjugação e o que ocorre na ausência (carência) de tais substâncias?

Para que haja os processos de conjugação é necessário um grande suprimento de substâncias endógenas (carboidratos, sulfatos,aminoácidos). Na falta destes, a conjugação é retardada, diminuindo a capacidade de desintoxicação do organismo com a remoção da substância.

18 – Comente sobre os processos de oxidação, redução e hidrólise de AT. Exemplifique.

Oxidação: são as mais freqüentes no processo de biotransformação: hidroxilação de grupos alquil, aril e metil; oxidação de álcoois e aldeídos a ácidos; desaminação oxidativa; oxidação de compostos sulfurados,etc.

Redução: Enzimas responsáveis pelas reações de redução que certos AR são submetidos nos processos de biotransformação poderão estar localizadas nas frações microssômica e solúvel das células. Ex: corantes azóicos.

Hidrólise: Enzimas envolvidas nas reações de hidrólise podem ser encontradas nas frações microssômica e solúvel das células bem como no plasma sanguineo, responsáveis pelas reações hidrolíticasde ésteres, amidas, carbamatos, hidrazidas, etc. Ex: inseticidas organofosforados.

 

19 – Conceitue e descreva o sistema enzimático citocromo P-450 monoxigenase.

Esta enzima é um citocromo (complexo de proteína e heme) chamado de P450 porque em sua forma reduzida é ligado ao monóxido de carbono, terá um pico (P) de absorbância no comprimento de onda de 450nm. Citocromo P-450 é um sistema enzimático que cataliza oxidações; sob certas condições específicas, pode catalizar outros tipos de reações como as de redução.

O sistema enzimático Cit P450 é influenciado por uma série de substâncias, que podem induzir ou inibir a sua atividade, alterando a biotransformação de determinados compostos. Ex.: a) fenilbutazona (antiinflamatório e antireumático) e o cloranfenicol podem inibir a biotransformação enzimática da tolbutamida, medicamento antidiabético. Com isto, uma dose terapêutica deste medicamento poderá causar crises de hipoglicemia sérias, devido à diminuição excessiva do açúcar no sangue; b) Fenobarbital e álcool são exemplos de indutores enzimáticos, que aumentam a biotransformação de outros fármacos como a metadona, fenilbutazona, etc. Parece que nestes casos tanto o fenobarbital como o álcool, aumentam a concentração do Cit P450 e, consequentemente, aumenta a biotransformação dos fármacos. Outros fatores que influem na biotransformação serão discutidos posteriormente.

20 – Comente sobre o mecanismo de conjugação. Quais os grupamentos endógenos fornecidos durante o processo de conjugação?

Consistem na adição de grupamentos endógenos aos toxicantes, tornando-os suficientemente polares para que possam ser removidos do organismo. Os grupamentos endógenos fornecidos durante a conjugação podem ser derivados de carboidratos, aminoácidos, glutationa e sulfatos, havendo o envolvimento de grandes quantidades de energia com formação dos compostos intermediários.

 

A importância das fibras

As fibras solúveis retardam o esvaziamento gástrico e a velocidade do trânsito intestinal, enquantam as fibras insolúveis paracem acelerar o trânsito intestinal (FRANCO, 2007).

As fibras dietéticas têm a propriedade de aumentar a gordura fecal, sendo que as fibras hidrossolúveis, como a pectina e a goma guar, parecem reduzir a colesterolemia. Esse efeito parece advir da capacidade de algumas fibras de absorver ácidos biliares, reduzindo a absorção do colesterol endógeno para oprocesso de síntese dos ácidos biliares (FRANCO, 2007).

As fibras atuam  reduzindo a taxa glicêmica em diabético insulino-dependentes ou tratados com sulfoniluréias, tendo o tipo de fibras influência no metabolismo glicídico, pois o farelo de trigo reduz mais a glicemia qua a lignina (FRANCO, 2007).

As fibras dietéticas proporcionam benefícios aos pacientes que necessitam evitar o esforço no sanitário e pacientes com afeccção intestinal espasmódica e cólon irritável .A dieta de fibras atua como laxativo devido a união de água e íons no lúmen colônico e, dessa forma, ocorre amolecimento das fezes e incremento de seu volume (FRANCO, 2007).

BIBLIOGRAFIA

FRANCO, Guilherme. Tabela de Composição Química dos Alimentos. 9ª edição, São Paulo: Atheneu, 2007.

Diabetes Melittus

 

O diabetes melittus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultantes de defeito na secreção e/ou ação da insulina (SCOTT-STUMP, 2007).

 

A hiperglicemia do diabetes está associada, a longo prazo, à ocorrência de lesão, disfunção e insuficiência em diversos órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sangüíneos. Divide-se o diabetes melito em tipos distintos – tipo 1, tipo 2, diabetes melito gestacional, entre outros. O do tipo 2, o qual representa 90% dos casos da doença, é especialmente afetado tanto por fatores genéticos, como ambientais (SCOTT-STUMP, 2007).

 

Diabetes melittus Tipo 1

O diabetes melittus (DM) tipo 1 é a deficiência absoluta de insulina com incapacidade total de produzir esse hormônio. Resultante de um defeito das células beta pancreáticas (ilhotas de Langerhans), DM tipo 1 pode estar relacionado ao córtex adrenal, tiróide, hipófise anterior ou a outros órgãos. Normalmente, a forma imunomediada tem início em crianças ou jovens adultos, mas pode surgir em qualquer idade. O tipo 1 idiopático é uma forma rara, sem causa conhecida. A extensão da lesão às células beta difere entre pacientes diagnosticados com diabetes tipo 1 antes e depois da puberdade. O processo é mais lesivo em crianças com menos de 7 anos de idade, pois o funcionamento das células beta restante não é afetado pela presença ou ausência de anticorpos ligados às células das ilhotas. O DM tipo 1 é responsável por cerca de 10% de todos os casos de DM (SHILLS, 2006).

 

Diabetes melittus tipo 2

Diabetes melittus tipo 2 é causado pela resistência à insulina, em que ocorre falha em seu uso apropriado, combinando-se com uma deficiência relativa de insulina. Normalmente os indivíduos apresentam excesso de peso e são sedentários, com histórico familiar de diabetes. Os fatores de risco são genética, obesidade e idade (PORTH, 2004).

O comprometimento do metabolismo da glicose é um fator de risco para ocorrência futura de diabetes e de cardiopatia coronariana. (SCOTT-STUMP, 2007).

 

Diabetes melittus tipo 2  não diagnosticado é comum em idosos com hipertensão. As probabilidades de ocorrência da síndrome de resistência à insulina (hiperlipidemia, hiperinsulinemia e dislipidemia) por volta da meia-idade, estão relacionadas ao ganho de peso ao longo dos 30 anos precedentes. A obesidade na parte superior do corpo (andróide) está mais intensamente associada ao diabetes tipo 2 do que a obesidade na parte inferior (ginóide). Parece ser fatores de alto risco para diabetes melito tipo 2: níveis moderadamente elevados de pressão arterial, colesterol total, HbA1c e IMC elevado (SCOTT-STUMP, 2007).

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:

Resulta em redução da eficiência de bombeamento do coração nas duas câmaras inferiores, com menor circulação de sangue até os tecidos do corpo, congestão nos pulmões ou na circulação corpórea, inchaço dos tornozelos, dores abdominais, ascite, congestão hepática, distensão das veias jugulares e dificuldade respiratória. A insuficiência cardíaca congestiva é o diagnóstico mais comum em pacientes hospitalizados. Pode ser causada por cardiopatia coronariana, ataque cardíaco prévio, histórico de cardiomiopatia, doença pulmonar obstrutiva crônica, anemia grave, consumo excessivo de álcool, baixo nível de funcionamento tireoidiano. Sexo masculino, baixa escolaridade, inatividade física, tabagismo, excesso de peso, diabetes, hipertensão, valvulopatia cardíaca e cardiopatia coronariana são, todos, fatores de risco independente para ICC.

EXAMES LABORATORIAS

ü      Radiografia torácica

ü      Sódio, cloreto

ü      Aspartato amino-transferase, alanina amino-trasnferase

ü      BNP

ü      Ecocardiograma

ü      Eletrocardiograma

ü      Cateterização cardíaca

ü      Oximetria

ü      Pressão parcial do dióxido de carbono, pressão parcial do oxigênio

ü      Densidade específica (aumentada)

ü      Colesterol

ü      Triglicérides

ü      Homocisteína

ü      Vitamina B12 sérica

ü      Potássio

ü      Glicose

ü      Hemoglobina e hematócrito, ferro sérico

ü      Magnésio, cálcio

ü      Zinco sérico

ü      Fosfatase alcalina

ü      Albumina, pré-albumina

ü      Nitrogênio da uréia sangüínea, creatinina

ü      Ácido láctico desidrogenase (aumentado)

ü      Balanço nitrogenado

ü      Ácido úrico

TRATAMENTO / MEDICAMENTOS/ INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE:

– Os diuréticos tiazídicos e os digitálicos promovem depleção de potássio;

– Anticoagulantes muitas vezes são utilizados em pacientes

acamados.

– Inibidores da enzima conversora de angiontesina. Monitorar para que não ocorra hipercalemia, náusea, vômito, tontura e dores abdominais. Diminuem a retenção de sódio e água.

– Vasodilatadores arteriais. Podem causar náusea e vômito.

– Suco de pomelo diminui o metabolismo farmacológico no intestino e pode afetar medicamentos até 24 horas após serem consumidos.

FINALIDADES DA DIETA:

ü      Promover repouso, para reduzir as demandas do coração. Restaurar a estabilidade hemodinâmica e prevenir o choque cardiogênico ou a tromboembolia.

ü      Eliminar ou reduzir o edema.

ü      Evitar distensão e elevação do diafragma, o que reduz a capacidade vital.

ü      Obter um peso corporal ideal para diminuir  as necessidades de O2 e as demandas dos tecidos por nutrientes. Repor a massa magra (LBM), se houver necessidade.

ü      Limitar os estimulantes cardíacos.

ü      Prevenir a caquexia cardíaca, hipotensão arterial, apatia, pulso fraco decorrente de diuréticos depletores de potássio, anorexia, náusea, vômito e sepse.

ü      Corrigir qualquer déficit de nutrientes.

Prevenir a formação de úlceras de decúbito decorrentes de atividade e da má circulação.

CARACTERÍSTICAS DA DIETA

ü      Iniciar a alimentação com a dieta líquida

ü      Dieta hipossódica (no máximo 2 g. de sódio).

ü       Teores adequados de potássio, magnésio e cálcio.

ü      Aumentar vitamina E, ácido fólico, riboflavina, vitaminas B6 e B12.

Fracionamento de 5-6 pequenas refeições diárias, com não mais de 3 litros de líquidos/dia.

ALIMENTOS PERMITIDOS:

ü      Se aprovado pelo médico o vinho tinto pode ser recomendado.

ü      Nozes, amêndoas, macadâmia, nozes-pecãs, castanhas e pistache.

ü      Apenas 4-5 gemas de ovo semanalmente.

Temperos naturais.

ALIMENTOS EVITADOS:

ü      Temperos industrializados.

ü      Produtos feito com leite integral.

ü      Carne vermelha, gordura aparente de carne e aves, alimentos industrializados assados, defumados, carnes curadas e molhos industrializados, refeições congeladas.

ü      Alimentos fontes de vitamina K não deve ser usado mais que uma vez por dia.

ü      Angélica, fenogrego, aniz, alho em excesso, gengibre, ginkgo e ginseng.

Álcool, sal, bicarbonato de sódio, fermento em pó, glutamato monossódico.

EVOLUÇÃO DA DIETA:

Com a progressão do tratamento deverá incluir alimentos brandos e de fácil digestão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SCOTT-STUMP,S. Nutrição relacionado ao diagnóstico e tratamento. 5ª edução. Barueri, SP: Manole, 2007.

Infarto Agudo do Miocárdio

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:

O infarto agudo do miocárdio consiste da necrose do músculo cardíaco, por uma situação prolongada de suprimento sagüíneo inadequado ou de deficiência de O2 . Oclusão coronariana é o fechamento, por depósitos de gordura ou por coágulo sangüíneo, de uma artéria coronária que irriga o miocárdio. Comumente chamada de ataque cardíaco, a oclusão coronariana se manifesta com uma intensa dor de compressão, náusea, vômito e debilidade. O repouso não alivia os sintomas. Os estágios são: crítico (as primeiras 48  horas), , agudo (3-14 dias) e de convalescença (15-90 dias).

EXAMES LABORATORIAS:

ü      Ecocardiograma

ü      Eletrocardiograma

ü      Imageamento por radionuclídeo

ü      Aspartato aminotransferase

ü      Cobre sérico (aumentado)

ü      Ácido láctico desidrogenase (aumentado)

ü      Taxa de sedimentação

ü      Leucometria (aumentada)

ü      Sódio

ü      Potássio

ü      Pressão parcial do dióxido de carbono, pressão parcial do oxigênio

ü      Pró-tempo

ü      Creatinina fosfocinase (aumentada)

ü      Colesterol total e frações

ü      Triglicérides (frequentemente aumentado)

ü      Hemograma completo

ü      Nitrogênio da uréia sanguínea

ü      Magnésio

ü      Homocisteína

ü      Folato sérico

ü      Vitamina B12

Hemoglobina e hematócrito, ferro sérico.

TRATAMENTO / MEDICAMENTOS/ INTERAÇÃO DROGA – NUTRIENTE:

– Nitratos, beta-bloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio são comumente utilizados.

– Morfina para alívio da dor.

– Varfarina ou heparina.

– Aspirina (pode diminuir a ferritina sérica)

– Mexitil e Rythmol (podem ocorrer náuseas, vômito ou constipação).

FINALIDADES DA DIETA:

ü      Promover repouso, para reduzir o esforço cardíaco. Evitar distensão causada por refeições pesadas.

ü      Prevenir arritimias, fornecendo alimentos à temperatura corporal.

ü      Evitar tanto a constipação como a flatulência.

ü      Evitar estímulo cardíaco excessivo com o uso de cafeína.

Reduzir níveis elevados de lipídeos, manter o colesterol

ü      abaixo de 200 mg/dL, triglicerídeos abaixo de 200 mg/dL, HDL entre 40-60 mg/dL, e LDL entre 100-129 mg/dL.

ü      Diminuir a energia necessária para mastigação, preparo de refeições, etc.

ü      Iniciar a cicatrização e promover a convalescença.

ü      Diminuir o peso em excesso para reduzir a carga imposta ao coração. Identificar fatores de risco modificáveis e reduzi-los, quando possível.

CARACTERÍSTICA DA DIETA:

ü      Iniciar a alimentação com a dieta líquida

ü      Dieta hipossódica (no máximo 2 g. de sódio).

ü       Teores adequados de potássio, magnésio e cálcio.

ü      Aumentar vitamina E, ácido fólico, riboflavina, vitaminas B6 e B12.

Fracionamento de 5-6 pequenas refeições diárias, com não mais de 3 litros de líquidos/dia.

ALIMENTOS PERMITIDOS:

ü      Se aprovado pelo médico o vinho tinto pode ser recomendado.

ü      Nozes, amêndoas, macadâmia, nozes-pecãs, castanhas e pistache.

ü      Cebola, chá, maçã, suco de uva e pomelo.

ü      Vegetais, frutas e cereais em grãos.

ü      Apenas 4-5 gemas de ovo semanalmente.

ü      Temperos naturais.

Consumir mais peixe, o que pode reduzir o risco de morte cardíaca súbita em homens, caso esse alimento seja consumido semanalmente.

ALIMENTOS EVITADOS:

ü      Temperos industrializados.

ü      Produtos feito com leite integral.

ü      Carne vermelha, gordura aparente de carne e aves, alimentos industrializados assados, defumados, carnes curadas e molhos industrializados, refeições congeladas.

ü      Alimentos fontes de vitamina K não deve ser usado mais que uma vez por dia.

Álcool, sal, bicarbonato de sódio, fermento em pó, glutamato monossódico.

EVOLUÇÃO DA DIETA:

Com a progressão do tratamento deverá incluir alimentos brandos e de fácil digestão.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SCOTT-STUMP,S. Nutrição relacionado ao diagnóstico e tratamento. 5ª edução. Barueri, SP: Manole, 2007.

O Programa Saúde da Família

psf

Histórico do Programa Saúde da Família:

O Programa Saúde da Família (PSF) surge no Brasil como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde. O Programa Saúde da Família foi implantado em 1994 pelo Ministério da Saúde, com o propósito de assistência à saúde que visa à prevenção, promoção e recuperação da saúde (SILVA, 2003).

O Programa Saúde da Família (PSF), é uma estratégia de reorientação assistencial, mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade, ultrapassando os limites classicamente definidos. O objetivo do Programa Saúde da Família é a reorganizar a prática de atenção à saúde, levando-a mais próxima da família, para melhorar a qualidade de vida, tendo produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às equipes saúde da família (Ministério da Saúde).

A estratégia do PSF foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários (cada equipe do PSF tem de quatro a seis ACS; este número varia de acordo com o tamanho do grupo sob a responsabilidade da equipe, numa proporção média de um agente para 150 a 200 famílias)  (SILVA, 2003).

O atendimento é prestado na unidade básica de saúde ou no domicílio, pelos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes de Saúde da Família (SILVA, 2003).

Função dos profissionais que compõem a equipe:

Médico Atende a todos os integrantes de cada família, independente de sexo e idade, desenvolve com os demais integrantes da equipe, ações preventivas e de promoção da qualidade de vida da população.

Enfermeiro Supervisiona o trabalho do ACS e do Auxiliar de Enfermagem, realiza consultas na unidade de saúde, bem como assiste às pessoas que necessitam de cuidados de enfermagem, no domicílio.

Auxiliar de enfermagemRealiza procedimentos de enfermagem na unidade básica de saúde, no domicílio e executa ações de orientação sanitária.

Agente Comunitário de Saúde Faz a ligação entre as famílias e o serviço de saúde, visitando cada domicílio pelo menos uma vez por mês; realiza o mapeamento de cada área, o cadastramento das famílias e estimula a comunidade (SILVA, 2003).

Cada equipe é capacitada para:

  • Conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais.
  • Identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta.
  • Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para enfrentar os determinantes do processo saúde/doença.
  • Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, organizada ou espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar.
  • Desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de saúde identificados (SILVA, 2003).

Tarefas do Agente Comunitário de Saúde:

¨      Cadastrar e diagnosticar as famílias, permitindo melhor conhecimento delas.

¨      Mapear a área, para melhor conhecer as ruas, os locais onde irá atuar, facilitando o planejamento e desenvolvimento do trabalho.

¨      Identificar as micro-áreas de risco, por exemplo, esgoto a céu aberto, sem a devida canalização, dentre outros problemas.

¨      Fazer visitas domiciliares pelo menos uma vez por mês.

¨      Desenvolver ações coletivas, ou seja, reuniões e encontros com diferentes grupos.

¨      Desenvolver ações intersetoriais com outros setores indiretamente envolvidos na saúde (SILVA, 2003).

A atuação da equipe se dá na seguinte forma:

  • Atenção curativa → se caracteriza pelo tratamento da doença.
  • Prevenção de Doenças → é uma ação antecipada, para tornar improvável a ocorrência de uma doença ou qualquer outro dano à saúde, com base no conhecimento de sua causa.
  • Promoção da Saúde → são ações que não se dirigem á determinada doença ou dano, mas que contribuem para que a população tenha mais saúde e bem-estar (SILVA, 2003).

Monitoramento e Avaliação O acompanhamento das ações e os resultados das atividades realizadas pelas equipes do PACS/PSF são monitorados pelo Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab). Criado em 1998, foi pensado como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde, adotando como conceitos básicos território, problema e responsabilidade sanitária, completamente inserido no contexto de reorganização do SUS no país, o que fez com que assumisse características distintas dos demais sistemas existentes (SILVA, 2003).

Alimentação Saudável

O que é alimentação saudável?

É uma dieta composta de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio, e outros minerais, como também rica em vitaminas. Para isto necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos e tambem sem exclusões.

Variar os tipos de cereais de carnes, de verduras, legumes e frutas, alternando as cores dos alimentos.

As vitaminas e minerais é que dão as diversas colorações.

Quais os alimentos que contém proteínas?

*carne;

*peixe;

*leite;

*ovos;

*feijão e trigo.

Quais os tipos de alimentos que contém carboidrato?

*peito de frango;

*batata doce;

*brocolis e espinafre;

*pães;

*mandioca;

*cereais(arroz, aveia, milho, pipoca)

*mel.

Quais os tipos de alimentos que contém fibras?

*frutas;

*vegetais;

*pão integral;

*nozes;

*legumes;

*cereais integrais e farelos.

Quais os tipos de alimento que contém calcio?

*espinafre;

*agrião;

*brócolis;

*leite e seus derivados;

*iogurte;

*couve-manteiga.

Quais os tipos de alimentos que contém minerais?

*leite;

*peixe;

*ervilha seca;

*feijão;

*castanhas.

PIRÂMIDE ALIMENTAR

piramide_alimentar

Avaliação Antropométrica: Circunferência da Cintura, Quadril, RCQ e Bioimpedância

1. RAZÃO CINTURA-QUADRIL

A razão cintura-quadril (RCQ) é um índice simples e prático para a identificação da distribuição da gordura, podendo ser usado como índice do nível de adiposidade, mas não independente das concentrações de colesterol e pressão sanguínea.

Além disso, independente do nível geral de sobrepeso, a proporção da circunferência cintura-quadril é associada aos níveis diversos de lipídios, lipoproteínas e insulina, sendo por isso considerado como um forte preditor de doença cardíaca coronariana.

Para a realização das medidas da RCQ, utiliza-se a seguinte padronização: as medidas de circunferências são realizadas na cintura e no quadril, sendo que para a mensuração da cintura, os indivíduos permanecem na posição ortostática, com o abdome relaxado, a fica deverá ficar posicionada no plano horizontal, ao nível natural da cintura, que é a parte mais estreita do tronco. Para as medidas do quadril, os indivíduos continuam na posição ortostática, sendo a fita posicionada no plano horizontal, ao nível do ponto de maior circunferência da região glútea.

A razão cintura-quadril é obtida através da seguinte fórmula:

RCQ = Circunferência da Cintura (cm)

Circunferência do Quadril (cm)

TABELA 1. Normas para a classificação da Razão Cintura-Quadril no sexo masculino.

Idade Baixo Moderado Alto Muito alto
Até 29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94
30-39 < 0,84 0,84 – 0,91 0,92 – 0,96 > 0,96
40-49 < 0,88 0,88 – 0,95 0,96 – 1,00 > 1,00
50-59 < 0,9 0,90 – 0,96 0,97 – 1,02 > 1,02
>59 < 0,91 0,91 – 0,98 0,99 – 1,03 > 1,03

Fonte: Heyward e Stolarczyk (1996) apud Pitanga (2005).

TABELA 2. Normas para a classificação da Razão Cintura-Quadril no sexo feminino.

Idade Baixo Moderado Alto Muito alto
Até 29 <0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82
30-39 < 0,72 0,72 – 0,78 0,79 – 0,84 > 0,84
40-49 < 0,73 0,73 – 0,79 0,80 – 0,87 > 0,87
50-59 < 0,74 0,74 – 0,81 0,82 – 0,88 > 0,88
>59 < 0,76 0,76 – 0,83 0,84 – 0,90 > 0,90

Fonte: Heyward e Stolarczyk (1996) apud Pitanga (2005).

Na prática, uma relação superior a 1,0 para os homens e 0,85 para as mulheres é indicativo de risco para o desenvolvimento de doenças coronarianas.

2. CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

Ultimamente recomenda-se a medida isolada da circunferência da cintura, com a finalidade de verificar complicações metabólicas associadas à obesidade, correlaciona-se fortemente com o IMC e parece predizer melhor o tecido adiposo visceral. No entanto a OMS (1997) recomenda que utilize a medida da cintura com cautela, pois há necessidade de mais estudos que verifiquem a variabilidade dos pontos de corte em diferentes populações.

Para a medição da circunferência da cintura, o paciente deve ficar em pé, utiliza-se uma fita métrica não extensível que deverá circundar o indivíduo na linha natural da cintura, que é a regia mais estreita entre o tórax e o quadril, no ponto médio entre a costela e a crista ilíaca. A leitura deve ser feita no momento da expiração. A figura 1 demonstra a forma de medir a circunferência da cintura.

cinturaFigura 1.

TABELA 3. Circunferência da cintura de acordo com o gênero em Caucasianos.

Elevado Muito Elevado
Homem > 94 cm > 102 cm
Mulher > 80 cm > 88 cm

3. CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

O indivíduo a ser avaliado deverá estar utilizado roupas finas, e deve ser orientado a retirar quaisquer objetos do bolso da calça, para evitar erros na hora da medição. A fita métrica deve ficar ajustada no plano horizontal, onde a medição ocorrerá ao nível do ponto de maior circunferência da região glútea. A figura 2 demonstra a forma de realizar a medida do quadril.

quadril 2figura 2.

4. BIOIMPEDÂNCIA

A análise da bioimpedância é um rápido, não-invasivo, e relativamente pouco dispendioso método para a avaliação da composição corporal em estudos clínicos e de campo. Nesse método, uma corrente elétrica de baixa intensidade passa através do corpo do cliente, e a impedância (Z), ou oposição ao fluxo da corrente, é medida com o analisador de bioimpedância. A água corporal total do indivíduo pode ser estimada através da mensuração por bioimpedância porque os eletrólitos da água do corpo são excelentes condutores da corrente elétrica. Quando o volume de água corporal é grande, o fluxo de corrente elétrica pelo corpo é mais fácil. A resistência (R) ao fluxo da corrente é maior em indivíduos com maior quantidade de gordura corporal, uma vez que o tecido adiposo é um pobre condutor de corrente elétrica, devido ao pequeno conteúdo de água.  Em virtude do conteúdo de água do corpo livre de gordura ser grande (73% de água), a massa livre de gordura pode ser predita através da estimativa da água corporal total. Indivíduos com grande quantidade de massa livre de gordura e água corporal total têm menor resistência ao fluxo da corrente, comparado com aqueles que têm pouca massa corporal livre de gordura.

As principais vantagens são:

Não requer alto nível de habilidade do técnico;

É mais confortável e não retira a privacidade do cliente;

Pode ser usado para estimar a composição corporal de indivíduos obesos.